13 de jan. de 2005

Mais Casos Relatados

Seqüestros por grupos árabes e a Mídia

Com a Guerra no Iraque e a luta estadunidense contra o terrorismo, surgiu a resistência árabe, que se expressou nos seqüestros de ocidentais. Dessa forma, os grupos seqüestradores enviaram fitas de vídeo mostrando os seqüestrados e revelando as razões desses atos. Ainda, o Jornal do Brasil (12/05/04) reproduziu fotos da execução do estadunidense Nick Berg – cujas imagens da morte estavam sendo divulgadas em uma página na internet.
Casos de fita de vídeo de seqüestros inclui o que envolveu um grupo em Bagdá que pediu o fim do cerco a Faluja, ameaçando o refém, cuja suposta identidade é Thomas Hamil. Outra fita entregue à rede de TV árabe Al-Jazira mostra o refém estadunidense que se identificou como Keith Matthew Maupin. Os seqüestradores pediram a troca do seqüestrado por alguns prisioneiros capturados pela força de ocupação.
A mídia deveria ser mais cuidadosa na exploração de imagens de terceiros. Sobretudo quando se encontram em situações que seus direitos e mesmo sua vida são ameaçados. Contudo, há que se destacar as possíveis conseqüências caso a televisão não atendesse o pedido dos seqüestradores.

Fotos falsas

Durante duas semanas, o tablóide “Daily Mirror” divulgou fotografias falsas que mostravam supostas torturas de prisioneiros iraquianos por militares britânicos.
Piers Morgan – diretor do tablóide – manteve, para seus subordinados, a versão da autenticidade das fotografias. No entanto, o Regime Real de Lancashire, cujos membros estariam envolvidos nas supostas torturas, comprovou que armas, uniformes e um caminhão da fotografia não estavam no Iraque naquele momento.
Morgan foi demitido do “Daily Mirror”.

Confissão em Coletiva da Imprensa

O caseiro Jossiel Conceição dos Santos foi levado de helicóptero – providenciado pela polícia do Rio de Janeiro – para coletiva de imprensa. Na coletiva, foi interrogado pelo secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho e confessou o crime de haver matado o casal estadunidense, Zera Todd e Michelle Staheli.
Desde então, Jossiel contou outras versões do crime. Garotinho afirmou que foi induzido ao erro, culpando os investigadores do caso.
Não é papel da imprensa participar da realização de interrogatórios. Além de ser irresponsável apresentar como concluído certo caso antes de seu julgamento, como o é apresentar determinada pessoa como culpada antes do mesmo processo. Por fim, é um ponto sensível, mas o depoimento de autoridade deveria ser tratado com visão crítica.

10 de jan. de 2005

casos relatados

-Hugo Chávez x meios de comunicação

Desde 2002, o governo de Hugo Chávez, na Venezuela, é dos mais conturbados, particularmente na sua relação com a imprensa privada do país. O presidente Venezuelano sofreu um golpe de Estado em abril de 2002, enfrentou uma crise generalizada no país até 2004, pelo menos, e nesse mesmo ano teve seu mandato submetido a consulta popular.
A relação de Chávez com os jornalistas venezuelanos nunca havia sido muito boa, principalmente porque a grande maioria destes é declaradamente contra o presidente. A partir do golpe de abril de 2002, no entanto, a situação só se agravou. A cobertura dos fatos, além de ser totalmente parcial, contra o governo, acabou levando a um estado de caos na capital, Caracas. Chávez chegou a ser deposto, mas a notícia foi de que tinha renunciado. As manifestações por sua volta foram simplesmente ignoradas pela imprensa. Mesmo após o seu retorno, a perseguição às empresas de comunicação continuaram, por iniciativa dos dois lados.
Nem as reclamações dos jornalistas, que clamavam por liberdade de imprensa, nem as críticas à sua parcialidade, feitas pelo governo, levaram a uma solução pacífica. Pelo contrário, só incitaram ainda mais a população à violência. Aparentemente, o problema foi resolvido, ou pelo menos deixado de molho, com o referendo popular que confirmou Hugo Chávez no poder.

5 de jan. de 2005

Mais casos relatados

- Tribunal de Minas Gerais condena jornal por danos morais

O jornal “Comunidade”, de Viçosa / MG, publicou, em 05 de janeiro de 2001, fotos que mostravam os corpos de uma mãe e dois filhos, mortos em um desmoronamento. As foram feitas antes das vítimas serem removidas do local.
O pai das crianças, Geilson dos Santos Machado, processou o jornal por danos morais. A ação foi, inicialmente, julgada improcedente, na 2a Vara Cível de Viçosa. Machado recorreu ao Tribunal de Alçada de Minas Gerais, que mudou a decisão, com votação unânime dos juízes.
O jornal foi condenado a pagar 50 salários mínimos a Machado, acrescidos de juros monetários de 6% ao ano.


- Anatel fecha três FM’s

Em abril de 2004, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), fechou três emissoras de rádio FM na cidade de São Paulo. As emissoras foram denunciadas pela associação de emissoras do Estado de São Paulo (Aesp) por irregularidades no seu funcionamento.
A Mundial e a Terra, duas das emissoras lacradas, não estavam transmitindo onde tinham concessão, mas em outras localidades, mais próximas do centro da capital paulista. A terceira emissora, a Melodia, tinha potência superior à permitida, segundo a Anatel. Outras emissoras do grupo CBS também estavam sendo investigadas pela Agência, por diversas regularidades.
Na ocasião, a Mundial já retornara ao ponto permitido, segundo o advogado da CBS, Dalcy Pereira Meira, e a Melodia também já estava no ar novamente. Meira afirmava ainda que tudo não passava de briga política, acusando José Ernesto Camargo, dono de rádios concorrentes, de ter feito as denúncias.


- Ratinho é proibido de expor crianças

A Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, presidida por Oded Grajew, enviou uma carta ao então presidente Fernando Henrique Cardoso, solicitando sua intervenção nos programas Ratinho Livre e ratinho Show, apresentados por Carlos Roberto Massa na Rede Record. A entidade pediu também uma ação contra os programas ao Ministério Público.
Na carta, o presidente da Abrinq destacava que tais programas demonstravam total descaso com os direitos da criança e a inviolabilidade de sua integridade psíquica e moral. Isso se traduzia na exposição inclusive de crianças em situações de constrangimento moral, além de levar a público as mazelas de famílias desintegradas ou relapsas.
Em resposta ao pedido, o juiz da 15a Vara da Infância de São Paulo proibiu a exibição de menores nos programas apresentados por “Ratinho”.