31 de ago. de 2011

Overdose de Amy

Amy Winehouse, uma vítima do seu tempo e de suas redes

Os médicos disseram que era impossível, mas ela conseguiu. Ela estava se empenhando muito em lidar com o alcoolismo e tinha acabado de completar três semanas de abstinência” – Mich Winehouse, pai de Amy, em entrevista à revista Rolling Stone.

A maioria dos tabloides, sites e veículos de comunicação noticiaram, no dia 23 de julho, a morte de Amy Winehouse como sendo por overdose. Os meios de comunicação julgaram o ocorrido com certa convicção. Porém, em uma primeira análise da pericia, não foi possível saber a causa da morte.

No turbilhão de informações – muitas perdidas e outras tantas equivocadas -, a opinião pública não precisou esperar pelo laudo oficial, o histórico da cantora era suficiente – e bem tentador – para embasar os pré-julgamentos. E assim foi. A causa de overdose virou uma verdadeira overdose não só nos noticiários, mas também nas redes sociais. Críticas, piadas de mau gosto e o juízo de valor equivocadamente antecipado sobre o caso demonstraram a grande falta de respeito com a cantora.

25 de ago. de 2011

#Eusougay

Gay, gordo, negro, mulher, judeu, nordestino, asiáticos, jovem ou  idoso, o projeto Eu Sou Gay foi criado para você.

Cansada de Bolsonaro, orgulho hétero, intolerância e crimes de ódio, a jornalista Carol Almeida lançou o projeto Eu Sou Gay para reunir vozes e rostos de pessoas que já sofreram algum tipo de preconceito  ou repressão.

23 de ago. de 2011

A linguagem que segrega

Esse texto não é uma crítica a uma pessoa, organização ou acontecimento específico que, por ventura, possa ter ocorrido recentemente. Antes de qualquer coisa é uma reflexão sobre o uso da linguagem feito pelos comunicadores, que podem segregar o público se não forem consideradas as realidades sociais e a falta de acesso de alguns a vocabulários um pouco mais complexos do que os usados diariamente.

Vito Giannotti, em seu livro Muralhas da Linguagem aborda o tema. Ele se remete à ideia de Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, e aplica à comunicação. Onde essa realidade pode ser identificada no uso da linguagem? O Brasil cria com suas particularidades um ambiente delicado para os profissionais de comunicação. O desafio de exercer a profissão de forma clara e em alto nível está posto.

22 de ago. de 2011

Desafios do SOS Imprensa para o segundo semestre de 2011


Após um semestre de correção e reestruturação, o SOS Imprensa, projeto de extensão da Faculdade de Comunicação (FAC) que está comemorando 15 anos, volta das férias com a responsabilidade de manter sua produção baseada nos princípios éticos que guiam os profissionais de comunicação, e com a eficiência de quem deseja aprender mais a cada dia.

9 de ago. de 2011

Mídia, mágoas e memórias

Por Luiz Martins da Silva em 08/08/2011 na edição 654 do Observatório da Imprensa

Uma das razões por ter criado na Universidade de Brasília, há cerca de 15 anos, um projeto que veio a ser apelidado de SOS-Imprensa – e que perdura, na forma de extensão – foi a freqüência com que pessoas vinham relatar frustrações quando de tentativas de ser ouvidas para darem sua versão dos fatos, especialmente quando se sentiam injuriadas, difamadas e caluniadas. Ou simplesmente para encontrar alguém disposto a emprestar uma orelha humanitária, sensível à dor de quem teve a imagem “queimada”.

Desde então, venho defendendo a ideia de que o Brasil precisa de uma instituição, simétrica ao que é o Conar para a publicidade, para servir de intermediação consensual de reparação de danos morais e, se for o caso, de danos materiais derivados da imprensa. Seria um dos Meios de Assegurar a Responsabilidade Social (MARS), no caso, aplicado à mídia brasileira.

Existem MARS no mundo inteiro, desde conselhos de comunicação ou de imprensa a uma modalidade recentemente criada no Uruguai, uma ouvidoria pública especializada, passando pela Press Complaints Commission, da Inglaterra, onde até os príncipes e celebridades vão se queixar e, não raro, obter indenizações. Cheguei a orientar bolsistas de iniciação científica e de extensão que aceitaram o desafio de imaginar como seria esse “Procon da mídia”, embora a possibilidade de vir a ser criado no Brasil um ente dessa natureza seja remotíssima, pois isso será imediatamente qualificado como a volta da censura.

1 de ago. de 2011

Direito à Privacidade VERSUS direito à informação

Em fevereiro deste ano, a deputada federal do PC do B e jornalista formada pela PUC-RS, Manuela d’Avila, desarquivou o projeto de lei n° 3378/08, que pretende autorizar a publicação de biografias e obras audiovisuais referentes a personalidades públicas sem o seu consentimento, reacendendo a discussão entre o direito jornalístico de liberdade de imprensa e o direito à privacidade, que todo cidadão tem, garantido pela Constituição. O PL altera o artigo 20 da Lei n° 10.406 de 10/01/02 do Código Civil, que somente permite a publicação ou a utilização de imagens ou escritos de uma pessoa salvo se autorizados, ou se necessária à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública. Segundo o projeto, originalmente proposto pelo então deputado do PT e ex-ministro chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, é afirmado não ser necessária autorização para a divulgação de informações escritas ou gravadas com fins biográficos de pessoa com trajetória artística ou profissional ou esteja inserida em acontecimento de caráter público ou de interesse da coletividade.