por Gabriel Shinohara
O debate promovido pela Rede Globo na noite de quinta-feira
(02/10) se destacou dos anteriores pela atuação dos candidatos, eles arriscaram
e atacaram muito mais, principalmente os ditos “nanicos” Luciana Genro do PSOL
e Eduardo Jorge do PV. Estes foram os responsáveis por trazer as discussões que
os candidatos líderes das pesquisas não estavam interessados, como o casamento
LGBT, a legalização das drogas e do aborto.
No momento que os principais candidatos
se viam obrigados a responder perguntas sobre esses assuntos tentavam desviar ou
preencher o espaço com dados e feitos, principalmente a presidenta Dilma
Rousseff e a candidata do PSB, Marina Silva.
A candidata do PSOL foi a que mais teve êxito em trazer
esses assuntos polêmicos ao, juntamente com Eduardo Jorge, condenar veementemente
a fala do candidato Levy Fidelix no debate anterior, em que afirmava “Nós somos
a maioria e vamos combater essa minoria”, entre outros impropérios contra a
população LGBT.
Com essas extremas diferenças de opinião ficou claro que
o debate presidencial está mais rico do que o anterior. Existem dois candidatos
claramente da direita conservadora, Levy Fidelix do PRTB e Everaldo do PSC,
outros dois da esquerda, Luciana Genro e Eduardo Jorge e os três líderes das
pesquisas, que apesar de se situarem mais ao centro podem ser realinhados como
Dilma Rousseff e Marina Silva, pendendo para a Social Democracia e Aécio Neves,
defendendo o liberalismo.
Análise
do mediador e das regras
O mediador William Bonner se atrapalhou em várias
oportunidades durante o debate, algumas vezes atrapalhando e até constrangendo os
candidatos. Por exemplo, a candidata Dilma Rousseff foi interrompida na sua
fala porque o mediador havia se esquecido de sortear o tema, outro exemplo é o
do candidato Everaldo, quando foi interrompido e punido verbalmente ao fugir deliberadamente
do tema da pergunta.
Estabelecer um limite de perguntas feitas aos candidatos
proporcionou uma maior pluralidade de discussões, por proporcionar um espaço
quase igual a todos. O púlpito, onde os candidatos ficavam cara a cara, fez com
que as discussões fossem mais diretas e até mesmo pessoais, como quando a
candidata Luciana Genro disse “Não levante o dedo pra mim” em resposta a uma
fala mais calorosa de Aécio Neves.
Repercussão das redes sociais
Apesar do horário de início, quase 23:00, o debate teve
grande repercussão nas redes sociais, principalmente no Twitter, que proporciona
uma discussão em tempo real. Através dos posts ou tweets, os usuários expressaram suas opiniões com muito humor, por
meio de “memes” e montagens, e também deixaram claro uma preferência pelos
candidatos Luciana Genro e Eduardo Jorge. Essa tendência pode ser explicada
porque os anteriormente referidos defendem as bandeiras da juventude
progressista, como maior liberdade pessoal (casamento homossexual, aborto e
legalização da maconha), algo que os principais candidatos não podem ou não
querem fazer, por necessitar do apoio de setores mais conservadores da
sociedade.
Esses "memes" antes somente conhecidos por jovens usuários e conhecedores da cultura da internet invadiram os grandes portais de notícia, com o UOL e a Istoé. Essa grande repercussão no Twitter prova a relevância das redes sociais, além de que a juventude ainda se interessa por política e anda pedindo mudanças.
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