A redução da maioridade penal é
amplamente discutida quando ocorrem crimes de repercussão nacional. Contudo,
programas populares, que destacam a violência dentre os conteúdos veiculados, promovem continuamente uma campanha sutil a favor da redução da maioridade
penal.
No Brasil, a rede de televisão
Record possui em sua grade programas regionais populares que seguem padrão do Balanço
Geral, que vai ao ar em vários estados no horário do almoço e tem
grande audiência entre as classes C e D. O destaque para a criminalidade é
ressaltada pela linguagem baixa e agressiva. O resultado é a exposição de
jovens e adultos e a degradação da dignidade humana em prol de audiência.
A televisão é ainda no país um
meio de comunicação com grande alcance, principalmente nas classes citadas. E a
forma como os julgamentos do apresentador são misturados ao conteúdo
jornalístico propiciam a difusão das suas ideias a favor da menoridade penal,
bem como a confiança e a legitimidade da fala que a mídia propícia.
Assunto como este, de relevância
social devem ser debatidos e o papel da mídia é esclarecer e munir a sociedade
de argumentos. Contudo, somente quando ocorre algum crime que envolva menores
de idade entre os culpados é que especialistas ganham destaque e esclarecem o
assunto em meios de comunicação. Em tempos de baixa audiência prevalecem
opiniões enviesadas e até agressivas.
A crítica a este tipo de opinião
divulgada pelo programa é que reduzir a maioridade penal não é garantia de
justiça ou de eficácia das leis. E que as verbas públicas devem ser investidas
em educação de qualidade e capacitação e cidadania. Ainda, citam mudanças no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e medidas socioeducativas mais
rígidas como opções mais justas.
Por fim, o debate é mais
profundo. E a sociedade não deve reagir emocionalmente aos crimes bárbaros. A
solução para assunto tão delicado e importante só será encontrada com debates
sérios e esclarecimentos da população.
0 interações:
Postar um comentário