1 de dez. de 2012

Programas populares e a reduçao da maioridade penal



A redução da maioridade penal é amplamente discutida quando ocorrem crimes de repercussão nacional. Contudo, programas populares, que destacam a violência dentre os conteúdos veiculados, promovem continuamente uma campanha sutil a favor da redução da maioridade penal.

No Brasil, a rede de televisão Record possui em sua grade programas regionais populares que seguem padrão do Balanço Geral, que vai ao ar em vários estados no horário do almoço e tem grande audiência entre as classes C e D. O destaque para a criminalidade é ressaltada pela linguagem baixa e agressiva. O resultado é a exposição de jovens e adultos e a degradação da dignidade humana em prol de audiência.

A televisão é ainda no país um meio de comunicação com grande alcance, principalmente nas classes citadas. E a forma como os julgamentos do apresentador são misturados ao conteúdo jornalístico propiciam a difusão das suas ideias a favor da menoridade penal, bem como a confiança e a legitimidade da fala que a mídia propícia.

Assunto como este, de relevância social devem ser debatidos e o papel da mídia é esclarecer e munir a sociedade de argumentos. Contudo, somente quando ocorre algum crime que envolva menores de idade entre os culpados é que especialistas ganham destaque e esclarecem o assunto em meios de comunicação. Em tempos de baixa audiência prevalecem opiniões enviesadas e até agressivas.

A crítica a este tipo de opinião divulgada pelo programa é que reduzir a maioridade penal não é garantia de justiça ou de eficácia das leis. E que as verbas públicas devem ser investidas em educação de qualidade e capacitação e cidadania. Ainda, citam mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e medidas socioeducativas mais rígidas como opções mais justas.

Por fim, o debate é mais profundo. E a sociedade não deve reagir emocionalmente aos crimes bárbaros. A solução para assunto tão delicado e importante só será encontrada com debates sérios e esclarecimentos da população. 

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