Tudo parece muito valioso quando você é novo. Seus bens materiais, seu trabalho, sua aparência, suas palavras e sentimentos - e a exposição deles.
Tudo tem uma importância decisiva e parece que toda e qualquer decisão vai mudar o resto da sua vida como se você fosse ser jovem para sempre e como se todo aquele valor não fosse mudar. Como se as pessoas fossem ficar lá para sempre também - elas podem até ficar “para sempre” mas como cantou Renato Russo “o pra sempre sempre acaba”. Nem que seja com a morte.
Independente do campo profissional, passamos a vida buscando notoriedade, amores infinitos ou ao menos um trabalho que nos dê uma futura estabilidade financeira. Procuramos atingir metas pontuais e para chegar lá abusamos da coitada da nossa saúde - mas aí já é tópico para outro texto.
Nos espelhamos em pessoas de vinte e muitos anos, queremos alcançar os objetivos de pessoas de trinta e poucos anos.
Mas quantas daquelas figuras nas quais você se espelha estão vivas pra você? Existem aquelas pessoas as quais suas imagens foram congeladas em certa idade - ou pela morte ou pelo tempo mesmo. Seja Chico Buarque, seja Brigitte Bardot. Pessoas que foram endeusadas em certo período de suas vidas mas que, como todo mundo, envelheceram.
Fonte: Pinterest
Temos de concordar que não é muito justa a imagem que nos passam dos setenta anos de idade. Congelam-se os corpos, as palavras e até os desejos sexuais dos mais velhos.
Mas sabe de uma coisa? Você muito provavelmente vai chegar lá. Porque na vida se não é passageiro é o fim. Se você não está morto, você está envelhecendo.
A pele flácida, a aposentadoria, os sentidos cedendo.
Pessoas indo, vindo, mudando, morrendo, nascendo.
Tudo isso é tão natural e lindo quanto o movimento da Terra.
E o que são as prioridades?
Talvez sejam aquelas coisas que você deseja que durem por mais tempo.
Talvez sejam as coisas que você acredita que vão te fazer durar por mais tempo.