O sequestro da jovem Eloá de penas 15 anos, surpreendida pelo ex-namorado na última segunda-feira dia 13 de outubro movimentou consideravelmente Santo André no ABC paulista.
O caso foi incansavelmente “vigiado” pela imprensa e analisado pelos mais diversos especialistas. Nessas horas nos perguntamos qual é realmente a contribuição da mídia no caso e se esse reforço é realmente positivo.
Basta remexer nos arquivos que encontraremos inúmeros casos dramáticos de tragédias da vida privada – vide Isabella Nardonni – apresentados em forma de acontecimentos monstros.
O fato é que acima de tudo, a notícia é um produto a ser vendido e o escândalo, a tragédia são produtos caros e lucrativos que a sociedade compra com facilidade. E assim vai seguindo o comércio: eu vendo o que você está disposto a comprar e nesse ‘vale-tudo’ nossa colega Sônia Abrão em seu programa A Tarde é Sua da redeTV entrevistou em tempo real o seqüestrador Lindemberg Fernandes que estava no apartamento da jovem sobre poder de Eloá. Oi? Sônia quem? Sem desprezar o direito de livre expressão, mas transformar o sequestrador em uma celebridade instantânea com direito a aparição ao vivo em programa popular já é demais. Sem contar que a interferência imprópria da mídia nessas situações pode mudar radicalmente os rumos das negociações feitas por meio de encarregados do caso.
O interessante que dessa vez até a hegemônica e intocável Rede Globo se confundiu na hora de repassar informações sobe o caso. Com o fim do dramático episódio nessa sexta dia 17, a população seguia aflita por maiores informações sobre o desfecho da agonia. Até que um primeiro plantão foi anunciado, levando toda a família à sala para sofrer com a morte da jovem que não teria resistido aos disparos feitos por Lindemberg... Porém, em uma segunda chamada, a família volta a ter esperanças com a errata feita por Fátima Bernardes que diz, agora, que a morte de Eloá não foi confirmada e, citando os nomes dos supostos culpados pela divergência da informação, diz que a adolescente está em estado grave.
È, a imprensa está abastecida por algum tempo. Uma série de reconstituições, psicólogos, entrevistas com os envolvidos diretos, tios, amigos e vizinhos terão amplo espaço nas programações da TV, no jornal escrito e nas rádios até o próximo incidente.
Não colocaremos, contudo, a mídia como culpada da torrente de más notícias que recebemos todos os dias nem a apontemos como a grande vilã da história, pois, o acontecimento monstro aludido só é monstro pela repercussão tem.
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