Esta semana pudemos acompanhar um dos maiores espetáculos destes últimos anos. Em tempo real, vimos a consolidação de uma promessa. Barack Obama, eleito presidente dos Estados Unidos na última terça-feira, fez a maior campanha de todos os tempos. O mundo inteiro o acompanhou durante os últimos 21 meses. Ele soube como ninguém, usar tudo o que a mídia poderia disponibilizar, e usou a Internet como sua maior ferramenta.
Foi surpreendente a força com que a campanha presidencial tomou os meios de comunicação nos últimos meses. Em todos os cantos do mundo, a corrida à Casa Branca se fazia presente, muitas vezes como tema principal, superando as notícias internas de cada país. Na Europa e nos demais cantos do mundo, a eleição se fazia como própria de cada lugar. Aqui no Brasil, ganhou destaque extremo da mídia. Vários jornais impressos fizeram suplementos diários para cobertura da campanha e análises sobre o futuro do mundo. Na TV, o tempo destinado a esta cobertura era enorme, fazendo com que várias pautas nacionais ficassem relegadas a segundo plano, ou até mesmo fossem excluídas. Uma avalanche de informações sobre os candidatos e suas correlações nos acometeu de repente.
Mas este ano foi a Internet que se fez imprescindível. E quem melhor soube usá-la foi Barack Obama. Explorando todos os espaços possíveis e alguns até inéditos, como jogos de corrida online, Obama conseguiu atingir uma parcela da população que até então era considerada como apática às eleições, os jovens. Talvez o apelo à Internet não tenha sido a única razão para essa motivação, mas como certeza ajudou bastante.
Optando por não utilizar verba pública para sua campanha, Obama conseguiu uma arrecadação recorde, de 660 milhões de dólares. E não foram grandes doações. A população doava de US$ 5 a US$ 20. No total foram contabilizados mais de 3,1 milhões de doadores. Esses números refletem sua ampla popularidade. E não só nos Estados Unidos. Ao redor do mundo Barack Obama foi reverenciado. Na Europa, principalmente, ele era o candidato escolhido.
No momento de seu discurso, já como presidente eleito, o mundo inteiro o assistia. Sua família no Quênia, assim como o restante do país parou para ver o filho ilustre. Foi decretado, inclusive, feriado nacional, para comemorar o orgulho do povo africano, do povo irmão do presidente mais poderoso do mundo. Em território americano, todos celebravam a vitória da mudança. O mais novo presidente se tornou a personificação da vontade de romper com a velharia que se impunha na política, e conseqüentemente, nas decisões norte americanas.
Barack Obama chegou para salvar o país, e o mundo. Todos esperam que ele dê soluções para todas as crises que assolam o planeta. Através da ampla adesão da mídia, ele conseguiu vender seu discurso de mudança. Agora, o mundo que o comprou, espera os resultados. Entretanto, o próprio já tenta acalmar os ânimos, e realista (como se mostrou durante a campanha) pede calma. Mas ainda assim, não desiste da esperança. A mesma que fez com que os americanos, apoiados pelo mundo, o elegessem. “E sei que não fizeram isso por mim. Vocês o fizeram porque compreendem a enormidade da tarefa que temos pela frente. Pois enquanto estamos aqui celebrando, sabemos que os desafios que o amanhã nos trará são os maiores de nossas vidas – duas guerras, o planeta em perigo, a pior crise financeira em um século. (...) O caminho à frente será longo. Nossa subida será íngreme. Talvez não consigamos chegar lá em um ano ou mesmo em um mandato. Mas, América, eu nunca estive mais esperançoso do que estou nesta noite de que chegaremos lá.” E mais uma vez, a voz dos EUA fala pelo mundo.
Por Mariana Haubert
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