24 de jun. de 2011

Era das Marchas e Informação?

Quatro de agosto de 1789, ruas parisienses em clima efervescente de rebelião popular, cenário de inflação que não acompanhava o aumento salarial. Os camponeses pregavam ódio aos nobres, atacando castelos, reivindicando igualdade de voto. Neste período Igreja e Estado possuíam privilégios absurdos em comparação ao terceiro estado, formado, sobretudo por camponeses que eram claro, a maioria avassaladora da população.

O período compreendido entre 1789 e 1845 foi nomeado como Era das Revoluções por Eric Hobsbawn. A Revolução Francesa foi precursora dos movimentos sociais deste período, ideais proclamados por ela, tais como: liberdade, igualdade e fraternidade serviram de inspiração para os movimentos seguintes. As promessas feitas pela classe burguesa serviram de mote para o levante operário.

Dezoito de junho de 2010, esplanada- Brasília em clima efervescente de contestação juvenil, cenário de machismo e conservadorismo na sociedade brasileira, garotas e garotos com os corpos pintados reivindicam igualdade entres sexos, respeito às mulheres, estas vítimas de estupros diariamente, debate sobre a legalização da maconha e contra a aprovação do novo código florestal, temas que serviram de mote para a Marcha das Vadias e Marcha da Liberdade. “Nem puta, nem santa, sou livre”,“ Meu corpo, minhas regras”, “Novo código florestal: retrocesso”, são exemplos das várias frases estampadas nas faixas arqueadas orgulhosamente por jovens manifestantes.

Se Eric Hobsbawn estivesse vivo denominaria a atual época como Era das Marchas, caracterizada pela organização dos jovens por meio das mídias sociais, eles compartilham gostos e interesses em comuns e os discutem nos fóruns virtuais para depois organizarem-se em movimentos, encontros em prol ou protesto de alguma causa.

Se no passado os jovens se organizavam cara a cara, agora as redes sociais servem como novo meio articulador, conectando diversas pessoas com interesses em comum. Estamos na era da informação, por meio dela deixamos de sermos meros espectadores passivos para ativos, interferimos na política, nas artes, comércio.

Entende-se por Geração Y, a geração da internet, nascidos a partir da década de 1980, é a primeira que não precisou aprender a dominar a máquina, conceitos e práticas referentes a tecnologia parecem nascer interiorizados por estes jovens.

Seja nos blogs, YouTube, Myspace, Facebook,  Twitter, a Geração Y se organiza. São novas formas de resistência e inovadoras de ver e estar no mundo. Frutos da era digital e democracia, a Geração Y parece se organizar silenciosamente, a pancadaria da década de 60 e 70, com hippies e punks já não são atitudes primordiais.

1 interações:

Anônimo disse...

Nossa vocês mataram Eric Hobsbawm, um dos maiores históriadores de todos os tempos e o maior historiador vivo na atualidade.

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