A língua possui várias vertentes. Mas nenhum de seus significados é usado sem intenção específica. A ideologia guia a humanidade e o uso que ela faz das ferramentas. Desta forma, a linguagem é utilizada para transmitir opiniões, mesmo que ocultas. E para os jornalistas não é diferente.
A recente polêmica que envolve esta questão é a divulgação do termo KIT-GAY em detrimento do correto que é KIT-ANTIHOMOFOBIA. A mídia sujeita a motivos de ordem maior, que não o compromisso de informar, usa desta estratégia para esvaziar o sentido sócio-político que possui o nome correto.
A Rede Record, para citar exemplo, divulga a forma incorreta. Para tanto sobram motivos. O principal é a relação entre a emissora e a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), representado pelo Bispo Edir Macedo, que se opõe as tentativas de democratização e de educação sobre diversidade.
Este fato não se resume ao uso de um nome. A abordagem parcial favoreceu a desinformação e o posicionamento contrário da população e das autoridades, como fez a presidente Dilma ao vetar o projeto. Outros jornais como a Folha de São Paulo e Correio Braziliense contribuíram, pois traziam na machete o termo pejorativo que alardeava a população ao invés de orientá-la e fomentar o debate.
Por fim, é comum ver casos como este. A mídia tem o poder e à população falta informação. A aliança entre as necessidades de mercado junto à formação, por vezes parca, diminui a nível crítico e ético do profissional.
1 interações:
Como esperar que o jornalismo seja neutro, se o seu próprio instrumento - a língua - não o é? Tudo é uma questão de bom senso... Se não existem palavras neutras, pelo menos usemos as palavras corretas.
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