Gay, gordo, negro, mulher, judeu, nordestino, asiáticos, jovem ou idoso, o projeto Eu Sou Gay foi criado para você.
Cansada de Bolsonaro, orgulho hétero, intolerância e crimes de ódio, a jornalista Carol Almeida lançou o projeto Eu Sou Gay para reunir vozes e rostos de pessoas que já sofreram algum tipo de preconceito ou repressão.
A iniciativa da jornalista chama a atenção para o fato de que apenas uma pequena camada da sociedade pode ser incluída na chamada maioria, portanto, se você não for homem, ter entre 30 e 40 anos, de origem caucasiana, cristão (católico) e heterossexual, parabéns, você integra a minoria e terá que lutar para garantir os seus direitos e daqueles que o procederem.
Pensando nisso, a jornalista pediu para que o seguinte mensagem fosse repassada:
“Sejamos Gays juntos
Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY”
O projeto também resgata o significado etimológico da palavra gay, que originalmente significa alegre. Se esse vídeo ou essa idéia fez o seu dia um pouco mais gay, espalhe essa mensagem de respeito e tolerância através do seu blog, facebook, twitter e em pequenas atitudes do cotidiano. Juntos somos maioria!
Visite também o site oficial do projeto: #EuSouGay
1 interações:
Excelente iniciativa. O preconceito é uma doença e está por toda parte. No Brasil temos mania de achar que somos menos preconceituosos, mas tem acontecido muita coisa que nos prova exatamente o contrário. Somos intolerante e medrosos, temos medo do que a diferença pode fazer com nossos cotumes provincianos.
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