Em tempos de mídias sociais e abertura ao público LGBT opressão e a violência rondam o cotidiano da população
Para falar sobre esta relação é necessário esclarecer o que é gênero. Este conceito surge na década de 70 e se refere à atuação social do sujeito. Segundo o qual ser homem ou ser mulher é decorrente de uma realização cultural. A expressão desta pode ser entendida como sexualidade, outro conceito. Este é mais amplo e se refere à prática do erotismo, desejo e afeto. A partir de então, é possível considerar que os indivíduos transitam entre as possibilidades existentes e que é necessário o respeito e compreensão da diversidade sexual.
Na televisão, sobretudo, assiste-se a reprodução de equívocos e estereótipos. Isto prejudica a afirmação social daqueles que destoam do padrão, por exemplo. E fortalece a crença de que todos são iguais. A fim de amenizar e até extirpar tal efeito a sociedade civil se organiza em grupos que lutam por direitos iguais e espaço nas mídias. Estes se destacam, principalmente, no twitter, orkut e facebook. Mídias 'livres' que potencializam maior difusão de ideias.
Em contrapartida, a comercialização de tipos prontos pela indústria cultural é um impasse para alcançar um patamar de igualdade. Programas humorísticos, como Zorra Total da TV Globo, a Praça é Nossa do SBT e Show do Tom da Record são exemplos disso. Ao utilizarem o homossexual como piada, a mulher e sua dimensão sexual, ainda, cristalizam e difundem tais perfis, dando a impressão de sociedade com lugares bem definidos. Estas imagens alimentam o imaginário coletivo e evidenciam uma forma negativa de lidar com a diversidade, pois oprimem e delimitam as possibilidades de viver a sexualidade. Desta forma tanto o público LGBT quanto os heterossexuais são afetados.
Em seu estudo A Representação da Homossexualidade nos Periódicos, o pesquisador Paulo Sérgio Rodrigues de Paula com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo - FAPESP, relata como dois jornais, 'O Babado' e 'Folha de São Paulo' representam a homossexualidade. O estudo avalia a linguagem utilizada, o interesse comercial em relação ao público e a imagem criada destes indivíduos. Ao fim, revela que os dois jornais reforçam ideias pejorativas sobre a homossexualidade.
Os avanços na representação deste grupo podem ser evidenciados em produções recentes na televisão brasileira. Novelas e filmes rompem a invisibilidade e forçam a aceitação deles pela sociedade. Isso não é o suficiente. Com essa superexposição aumentou, também, a violência. Casos recentes foram divulgados em vários veículos de comunicação e causaram manifestações principalmente no twitter.
Outra tentativa de reverter esta relação negativa entre meios de comunicação e gênero parte da academia. A Universidade de Brasília, que debate seja por iniciativas estudantis, como manifestos, seja por disciplinas que levam esse assunto para a sala de aula. Na Faculdade de Comunicação – FAC, é ofertada a disciplina Comunicação e Gênero, por exemplo. Outras unidades acadêmicas também possuem matérias com esta abordagem.
Por fim, é necessário entender a dinâmica social, a atuação dos meios de comunicação e sua funcionalidade em relação à sociedade. Há uma importância da mídia enquanto orientadora dos discursos, por isso, discuti-la e monitorá-la é fundamental para que ela esteja a serviço da sociedade e não o contrário.
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