Por Ingridy Peixoto
Ser honesto vale muito menos que solucionar problemas! Quando me fazem uma pergunta, dizer a verdade é a última possibilidade que me ocorre. Não foram poucas as vezes em que pensei comigo mesma sobre o que dizer, e poderia ter me saído muito bem dizendo a verdade. Quando fugi da réplica que deveria ser a mais óbvia, quase sempre foi para economizar trabalho. Se explicar demais cansa! E claro, é intrínseco ao ser
humano parecer bom. Como você reagiria se alguém realmente respondesse ao automático como vai?
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Olha só, fulano da portaria, não vou lá muito bem não. Minha filha agora inventou de ficar saindo sem avisar. As contas a gente não consegue pagar. E o menino anda mal de matemática, nem sei o que faço. Não bastasse isso, ontem mesmo percebi que não amo mais meu marido.
Coitado, tamanho seria o choque do pobre porteiro, só estava sendo cordial! Se ela falasse – Bem! E você? – o problema estaria solucionado. Então repito a pergunta feita por Noel Rosa já no título de uma de suas canções: “Onde está a honestidade?”
Ora, nesse mundo cheio de pequenas mentiras está o jornalista. Do compromisso com a verdade, objetividade e imparcialidade ele ao menos já ouviu falar, e muito!
Por isso é ainda mais triste quando um profissional que assume a responsabilidade de falar por milhões, ser o porta-voz dos excluídos e defensor do interesse público, isento! Não de posicionamento, mas de ideais. Tudo aquilo que aprendeu na universidade deixado do lado de fora da redação. As matérias devem ser escritas para o público e em defesa dele, não para os veículos ou fontes.
Por isso é ainda mais triste quando um profissional que assume a responsabilidade de falar por milhões, ser o porta-voz dos excluídos e defensor do interesse público, isento! Não de posicionamento, mas de ideais. Tudo aquilo que aprendeu na universidade deixado do lado de fora da redação. As matérias devem ser escritas para o público e em defesa dele, não para os veículos ou fontes.
Infelizmente, porém, quando alguém é honesto causa-se um impacto tão grande! Um dia desses uma professora minha pediu para que um colega lesse um slide. Feito isso, perguntou se ele poderia dar um exemplo que ilustrasse o que acabara de ler para todos. Sem hesitar, deu a seguinte resposta: “Sabe quando a gente lê e nem presta atenção?”. O riso foi geral, fomos todos pegos de surpresa.
Nesses pequenos surtos de honestidade é que vejo como ela está escassa. E novamente me apaixono por ela, perguntando para mim mesma onde mais ela estará? Se me respondem que nas páginas dos jornais, eu puxo logo um “sinceramente...”.
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