Por Ramilla Rodrigues
Foto: AFP |
Um grande alarde foi feito, principalmente pela mídia, depois da conquista da Libertadores pelo Santos. Tudo porque o campeão europeu era o Barcelona e o duelo entre seus principais jogadores – Neymar e Messi – foi aguardado pelos amantes do futebol.
Porém, na manhã do dia 14 de dezembro, quem sintonizou a televisão na Rede Globo não viu o duelo do Santos com o Kashiwa Reysol. Viu a apresentadora Ana Maria Braga comentando sobre o assassinato de uma jovem em São Paulo. O “Mais Você”, programa matinal que registra índices de audiência cada vez menores, estava no ar.
A revolta dos torcedores, não só santistas, mas do futebol em geral, ganhou as redes sociais. Os internautas reclamaram que a Globo, detentora dos direitos de transmissão do campeonato, desrespeitou o público ao transmitir a partida apenas para o estado de São Paulo.
Há quem diga que vigorou, nesse caso, uma questão mercadológica. O Santos não é a principal torcida do país, logo a audiência não seria expressiva, certo? Errado. Sem entrar no mérito de número de torcedores ou da distribuição deles pelo Brasil, a partida entre Santos e Kashiwa Reysol registrou mais que o dobro de audiência do “Mais Você”. A Globo argumentou que, por se tratar de uma semifinal, a partida foi transmitida para as localidades que concentram a torcida no país. Entretanto, nas edições que contaram com times brasileiros, a semifinal foi televisionada.
Diante deste episódio, é possível lembrar outras ocasiões que a Rede Globo possui os direitos de transmissão, mas mostra compactos, ou partes do evento. O caso do UFC é o mais recente, quando foi transmitida apenas uma luta, enquanto três brasileiros estavam envolvidos em disputas importantes. O Novo Basquete Brasil (NBB) também não é veiculado pela emissora carioca. A partir disso, cabe uma reflexão. Quem tem condições pode optar pelos canais na TV paga. Quem não tem, é submetido a programações que nem sempre são de interesse.
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