A manipulação na fotografia não é uma novidade que nasceu com a
tecnologia digital. Desde a fotografia analógica, o recurso de modificar uma
foto retirando ou inserindo algum elemento da imagem é utilizado. O primeiro
registro de montagem na fotografia é dado de 1840 e foi muito utilizado como
parte da estética dos movimentos do construtivismo russo e do surrealismo. O
advento da fotografia digital facilitou o uso dessa ferramenta,
tornando-a cada vez mais sutil e comum.
Modificações nos elementos da fotografia podem fazer parte
da estética. Contudo, em uma situação onde a informação é o que interessa, a
montagem é motivo de muitos questionamentos. Talvez a alteração da cor do céu
em uma cena de incêndio ou a retirada de papéis picados do rosto do presidente
pareçam não alterar o conteúdo da imagem. Mas seriam modificações necessárias? No
contexto em que a fotografia vincula uma notícia, uma manipulação no seu
conteúdo, por menor que seja, trás alguma relevância? Até que ponto isso é
prejudicial?
Nas próximas três semanas, às segundas-feiras, o blog apresentará reflexões
acerca da manipulação no fotojornalismo. A fotografia digital tornou a prática
da montagem comum e o tratamento da imagem é quase inevitável. E, embora o código de ética dos jornalistas preveja a rejeição de alterações em imagens tanto fotográficas quanto audiovisuais em um artigo (Art. 12), não há um código de ética específico para o fotojornalista. Portanto, a credibilidade da profissão fica depende da transparência exigida pelas políticas editoriais de cada veículo e da fidelidade na apuração e relato dos fatos.
A edição, que começa com o fotógrafo em campo, passa pelas mãos do editor até serem publicadas pode, muitas vezes, interferir na informação vinculada ao esconder um acontecimento ou construir uma história a partir de uma imagem que “dá a entender...”. O objetivo dos próximos textos, portanto, é analisar alguns casos a fim de obtermos um olhar mais crítico em relação à prática da manipulação fotográfica no jornalismo.
Para saber mais sobre a profissão do fotojornalismo, assista o documentário Abaixando a Máquina e ao filme Repórteres de Guerra (The Bang Bang Club).
A edição, que começa com o fotógrafo em campo, passa pelas mãos do editor até serem publicadas pode, muitas vezes, interferir na informação vinculada ao esconder um acontecimento ou construir uma história a partir de uma imagem que “dá a entender...”. O objetivo dos próximos textos, portanto, é analisar alguns casos a fim de obtermos um olhar mais crítico em relação à prática da manipulação fotográfica no jornalismo.
Para saber mais sobre a profissão do fotojornalismo, assista o documentário Abaixando a Máquina e ao filme Repórteres de Guerra (The Bang Bang Club).
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