De Eduardo Meirelles e Gabriel Shinohara
Foto: Eduardo Meirelles |
A caminhada se iniciou por
volta das 17h e, após duas voltas na parte interna da rodoviária, se encerrou
com os participantes já dispersos e um carro de som ainda ativo. Durante o ato,
os protestantes entregaram panfletos explicando as desvantagens da
terceirização, balões comparando a PL 4330 com a escravidão e cartazes
denunciando os deputados que votaram a favor do projeto de lei. Os gritos de
“não, não, não à terceirização”, “terceirização é coisa de ladrão” e ataques ao
atual presidente da câmara, Eduardo Cunha, foram constantes em todo o percurso.
Foto: Eduardo Meirelles |
Composta por sindicalizados
dos correios, professores, operários, participantes do movimento estudantil e
membros de partidos de esquerda (bandeiras do PCB, PSTU, PSB e PT), a
manifestação se limitou ao espaço da rodoviária. De acordo com os líderes, o
objetivo era dialogar com a população e mostrar a importância do veto da PL
4330, tanto que a tentativa de uma caminhada até o congresso (aonde ocorria um
ato contra a PL 215, de direitos indígenas) foi barrada pelos próprios membros
da CUT.
Dezenas de policiais fizeram
cordões de segurança e acompanharam a manifestação do começo ao fim, algum
desses PMs não utilizava identificação. De acordo com o regulamento da PMDF, todos
os funcionários em exercício devem estar identificados.
"O fardamento deverá conter identificação do policial
militar (matrícula) aplicado em tinta própria para tecido, seguido de
autenticação da loja, de forma permanente em local estratégico (local este que
se se tentar violar a identificação tenha que, necessariamente, danificar a
farda, fazendo que se torne inservível) a fim de evitar sua remoção ou
violação."
Tramitação na câmara
No
último dia 14, o PT (Partido dos Trabalhadores) conseguiu alterar o texto da
lei e tirar as empresas públicas e as de economia mista dos efeitos da
terceirização. Empresas como Petrobrás, Caixa Econômica e Banco do Brasil ainda
precisarão de concursos públicos para preencher suas vagas.
Os protestos contra a
terceirização não se limitaram a Brasília, foram realizados em mais 23 estados
brasileiros. As reivindicações foram escutadas pela câmara, que optou por adiar
a votação para quarta-feira da semana posterior, 22. “Vamos produzir um acordo para que a votação não seja
emperrada”, afirmou Cunha, com a adiamento do projeto e o recuo de diversos
deputados, Eduardo Cunha sofre sua primeira derrota na Câmara.
Alguns deputados manifestaram, inclusive, confusão sobre o
que dizia cada emenda, de acordo com o líder do governo, deputado José
Guimarães (PT-CE). "Ouvimos vários deputados perguntar: 'que emenda é
essa? Por que isso? Por que aquilo?', disse. "Pairou uma grande dúvida,
vamos conversar, vamos dialogar para unificar a base", emendou.
Guimarães afirmou que 2/3 dos partidos pediram o adiamento
da votação e vai reunir, até a semana que vem, representantes do governo,
empresários e movimento sindical, com a participação do relator do projeto e de
outros deputados, para tentar um acordo que envolva esses setores.
*Com informações da Agência
Câmara, Carta Capital e EBC.
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