21 de abr. de 2015

Ato contra a PL 4330 reúne sindicalizados e estudantes na rodoviária do plano piloto

De Eduardo Meirelles e Gabriel Shinohara




Foto: Eduardo Meirelles
Saindo da sede da CUT (Central Única dos Trabalhadores) atrás do Conic, a manifestação contra o projeto de lei que autoriza a terceirização para todos os setores de uma empresa, reuniu poucos participantes no início de sua rota até a rodoviária.


A caminhada se iniciou por volta das 17h e, após duas voltas na parte interna da rodoviária, se encerrou com os participantes já dispersos e um carro de som ainda ativo. Durante o ato, os protestantes entregaram panfletos explicando as desvantagens da terceirização, balões comparando a PL 4330 com a escravidão e cartazes denunciando os deputados que votaram a favor do projeto de lei. Os gritos de “não, não, não à terceirização”, “terceirização é coisa de ladrão” e ataques ao atual presidente da câmara, Eduardo Cunha, foram constantes em todo o percurso.      
Foto: Eduardo Meirelles

Composta por sindicalizados dos correios, professores, operários, participantes do movimento estudantil e membros de partidos de esquerda (bandeiras do PCB, PSTU, PSB e PT), a manifestação se limitou ao espaço da rodoviária. De acordo com os líderes, o objetivo era dialogar com a população e mostrar a importância do veto da PL 4330, tanto que a tentativa de uma caminhada até o congresso (aonde ocorria um ato contra a PL 215, de direitos indígenas) foi barrada pelos próprios membros da CUT.

Dezenas de policiais fizeram cordões de segurança e acompanharam a manifestação do começo ao fim, algum desses PMs não utilizava identificação. De acordo com o regulamento da PMDF, todos os funcionários em exercício devem estar identificados.

"O fardamento deverá conter identificação do policial militar (matrícula) aplicado em tinta própria para tecido, seguido de autenticação da loja, de forma permanente em local estratégico (local este que se se tentar violar a identificação tenha que, necessariamente, danificar a farda, fazendo que se torne inservível) a fim de evitar sua remoção ou violação."

                  
Ao fundo, dois militares sem identificação. Foto: Eduardo Meirelles
                                                                                  

Tramitação na câmara

No último dia 14, o PT (Partido dos Trabalhadores) conseguiu alterar o texto da lei e tirar as empresas públicas e as de economia mista dos efeitos da terceirização. Empresas como Petrobrás, Caixa Econômica e Banco do Brasil ainda precisarão de concursos públicos para preencher suas vagas.

Os protestos contra a terceirização não se limitaram a Brasília, foram realizados em mais 23 estados brasileiros. As reivindicações foram escutadas pela câmara, que optou por adiar a votação para quarta-feira da semana posterior, 22. “Vamos produzir um acordo para que a votação não seja emperrada”, afirmou Cunha, com a adiamento do projeto e o recuo de diversos deputados, Eduardo Cunha sofre sua primeira derrota na Câmara.

Alguns deputados manifestaram, inclusive, confusão sobre o que dizia cada emenda, de acordo com o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE). "Ouvimos vários deputados perguntar: 'que emenda é essa? Por que isso? Por que aquilo?', disse. "Pairou uma grande dúvida, vamos conversar, vamos dialogar para unificar a base", emendou.
Guimarães afirmou que 2/3 dos partidos pediram o adiamento da votação e vai reunir, até a semana que vem, representantes do governo, empresários e movimento sindical, com a participação do relator do projeto e de outros deputados, para tentar um acordo que envolva esses setores.

 *Com informações da Agência Câmara, Carta Capital e EBC.

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