Por Davi de Castro
O jornalista é o profissional responsável por, entre outras coisas, apurar e produzir notícias diárias e, por vezes, emitir sua opinião sobre determinado tema. Dentro do veículo de comunicação, entende-se que o profissional deve seguir a linha editorial da empresa. Mas, jornalista também é humano e tem direito à vida pessoal e social. Logo, não apenas como ferramenta de trabalho, ele também utiliza as redes sociais – Twitter, Facebook e Orkut – como qualquer outro, espaços propícios para deixar a subjetividade fluir. No entanto, nos últimos meses vimos dezenas de profissionais sendo demitidos em razão de terem escrito algo nas redes sociais que desagradou os patrões.
No ano passado, o editor da revista National Geographic, Felipe Milanez, perdeu o emprego após ter criticado uma matéria da revista Veja no Twitter. Ambas as publicações são do Grupo Abril. Em março deste ano, foi a vez do editor-assistente de política da Folha, Alec Duarte, e a repórter do Agora SP, Carol Rocha. Os dois comentaram a morte do ex-vice-presidente José Alencar: "Nunca um obituário esteve tão pronto. É só apertar o botão”, disparou o editor da Folha. A repórter respondeu: "Mas na Folha.com nada ainda... esqueceram de apertar o botão. rs". Alec então lembrou de um erro do jornal, quando noticiou a morte do senador Romeu Tuma, em outubro de 2010. "Ah sim, a melhor orientação ever. O último a dar qualquer morte. É o preço por um erro gravíssimo." Apesar de não ter tido repercussão e os dois perfis dos jornalistas não os identificarem de qual veículo eram, o Grupo Folha os demitiu. E agora, surge a questão: usar ou não as redes sociais? Até que ponto emitir uma opinião? Quais cuidados deve-se ter?