Por Letícia Leal
Uma
festa realizada na madrugada da última sexta-feira(6/6) terminou com
três tiros e muita confusão no Instituto Central de Ciências
Sul(ICC Sul) da UnB. O autor dos disparos conseguiu fugir, segundo a
Polícia Civil, e o incidente não deixou feridos.
Segundo
o estudante do terceiro semestre de Comunicação Social Hugo Rocha,
presente no local, a multidão que correu no primeiro momento em
seguida tranquilizou-se: “Eu reparei que o barulho tinha sido muito
baixo pra ser bala de verdade”, disse. Mesmo assim, o evento acabou
ali, já que a organização recolheu o equipamento de som e deixou o
local imediatamente. Além disso, uma vidraça foi quebrada e um
cadeado foi serrado.
Festas
desse tipo, os chamados happy
hours,
acontecem tradicionalmente com frequência semanal na Universidade,
quase sempre de forma irregular, mas sem maiores consequências,
visto que os próprios Centros Acadêmicos(CAs) têm uma política de
limpar os corredores e arrumar a bagunça na manhã seguinte.
Nas
últimas semanas, entretanto, as coisas parecem ter mudado de figura.
Com a reincidência de situações violentas, depredação de
patrimônio público e reclamações dos servidores terceirizados
quanto à sujeira, além do crescente aumento nas proporções dos
eventos graças à divulgação em redes sociais como o Facebook, a
reitoria abriu um processo administrativo contra diversos dos CAs e
caso ganhe, poderá cobrar até 4mil reais como indenização.
O
ocorrido veio para atiçar ainda mais a polêmica que divide
opiniões: permitir ou não happy
hours
no campus? Como adequá-los às Normas de Convivência, ou vice
versa? A decana de assuntos comunitários Denise Bomtempo disse em
entrevista ao Campus Online que há um projeto de criação de um
novo alojamento para estudantes que vêm à UnB participar de
programas científicos e acadêmicos e que poderá ser usado para
outras finalidades, como festas. Porém, os recursos são escassos e
não há previsão de efetivação do mesmo.
A
questão dos HHs está presente na pauta dos estudantes que ocuparam
a reitoria na última quinta-feira, acusando-a de perseguição.
Protestam também contra a criminalização do movimento estudantil -
referência a oito participantes do “catracaço” realizado no
Restaurante Universitário em 2013 que estão sendo processados.
O
prefeito da UnB, professor Marco Aurélio Gonçalves de Oliveira,
afirmou em entrevista ao Correio Braziliense que a universidade não
está preparada para controlar a realização de festas como essa, o
que ficou claro. Resta saber o que será feito daqui para prepará-la,
visto que proibições não surtem efeito e a segurança parece cada
vez mais escassa.
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