14 de jun. de 2005

Casos

Regina Duarte

Durante o programa eleitoral do então candidato à presidência da república José Serra, no ano de 2002, a atriz Regina Duarte causou grande polêmica. Ela afirmou que tinha medo de uma provável vitória de Luis Inácio Lula da Silva e que não o reconhecia mais. Após tal declaração a atriz foi alvo de inúmeras críticas e, segundo afirmações dos tucanos, chegou a ser patrulhada. Lula rebateu Regina Duarte afirmando que ela deveria estar com medo das atrizes mais novas, porém recuou após alguns dias, dizendo ter grande admiração por ela. Luis Inácio alfinetou mais uma vez utilizando a frase: “A esperança venceu o medo” em um pronunciamento.
Em janeiro de 2003, durante reunião com a prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT), a atriz afirmou estar confiante no futuro do Brasil. Porém, em março de 2004 , em discurso na Câmara Municipal de São Paulo, Regina Duarte voltou a fazer críticas ao governo Lula: “Nenhum de nós que ama o Brasil, que ama os brasileiros, desejou em qualquer momento, que as coisas estivessem caminhando da forma que estão caminhando”.



Cigarro
Há muitos anos o governo brasileiro trava incessante batalha contra o tabagismo. No ano de 1998, o então ministro da Saúde José Serra enviou ao Congresso um projeto de lei para restringir a propaganda de cigarros na televisão no horário de 23h às 6h. Porém, foi somente com a Lei do Fumo, de 28 de dezembro de 2000 que se conseguiu a completa proibição de tal publicidade em veículos de comunicação de massa, como rádio, televisão e até mesmo outdoors. A partir de então, a propaganda foi restrita a pôsteres, painéis e cartazes na parte interna dos locais de venda. Outra medida foi a impressão nos maços de fortes imagens sobre os malefícios do fumo. Contudo, em estudos realizados pela UFRJ concluiu-se que tais imagens não chocavam as pessoas.

5 de jun. de 2005

Casos Relatados

Atentado de Madri – 11/03/2004

O governo espanhol foi acusado de manipulação de informações sobre a autoria do atentado a um trem em Madri, em 11 de março de 2004. Na época, a Espanha tinha como premiê o conservador José Maria Aznar e estava às vésperas de uma eleição. O jornal espanhol El País é um dos principais acusadores, e diz que o governo continuou acusando o grupo separatista ETA, apesar de já ter fortes indícios de que os autores dos atentados eram árabes.
Além do governo, a agência de notícias EFE também foi acusada de manipulação das informações sobre os atentados, para favorecer o Partido Popular nas eleições que ocorreram logo em seguida.
Aznar acabou sendo derrotado nas eleições e o Comitê de Funcionários da EFE pediu a demissão do seu diretor de informação, Miguel Platón. Já a troca de acusações entre Aznar e o El País se restringiu a cartas e editoriais publicados no jornal.


Ricardo Boechat

A revista Veja noticiou, em outubro de 2001, gravações que revelavam os bastidores da disputa entre a canadense TWI e Daniel Dantas, do Banco Opportunity, pelo controle das empresas Telemig Celular e Tele Norte Celular. Uma das gravações trazia uma conversa entre o jornalista Ricardo Boechat e Paulo Marinho, assessor do principal acionista do Jornal do Brasil.
Alegando quebra de confiança, o jornal O Globo demitiu Boechat. Em conseqüência, ele foi afastado também do Bom Dia Brasil, da Rede Globo. A decisão pela demissão foi unânime, na Globo. A principal justificativa do grupo é que Boechat não poderia ter lido para outra pessoa a matéria que seria publicada no dia seguinte.
O questionamento que fica, mais uma vez é até onde um jornalista pode ir para garantir uma matéria. Esse tipo de questão acaba se colocando com muito mais força quando falamos de jornalismo investigativo, como foi o caso. Ricardo Boechat, a despeito de admitir poder ter errado, defende-se alegando que não há nada que esconda que sua matéria estava correta.


Stédile

O líder do Movimento dos Sem-Terra (MST) fez declarações incitando os pobres a ocupar terrenos baldios e fazer protestos diante de fábricas e supermercados. Na ocasião, ele estava sendo entrevistado na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico.
Por causa dessas declarações, a promotora Dora Beatriz denunciou Stédile por crime contra a Lei de Imprensa. Esclarecimentos sobre a entrevistas foram enviados somente um dia depois do fim do prazo de cinco dias dado pela promotora. Na nota, Stédile nega a intenção de cometer um crime.
A denúncia foi feita por infração do artigo 19 da Lei de Imprensa, ao incitar, pelos meios de comunicação, a prática de violação de leis penais. A promotora entendeu que o líder do MST incentivou a invasão de domicílio, o esbulho possessório e a perturbação do trabalho.

Ranking das escolas

A revista Veja São Paulo de 03/10/2001 trouxe como matéria de capa um ranking com as 50 melhores instituições de ensino da cidade. De acordo com a revista, tal ranking foi elaborado tendo como base 30 dentre 90 perguntas respondidas por diretores de 324 escolas particulares, em uma pesquisa realizada na capital paulista.
A iniciativa provocou escolas e associações de pais e mestres paulistanos. O Colégio Etapa, por exemplo, manifestou-se em nota publicada no jornal Folha de São Paulo. O mesmo jornal publicou também, um informe publicitário assinado pelo presidente da Associação de Pais e Mestres do Colégio Agostiniano São José.

6 de abr. de 2005

Caso relatado

“Piercing na língua causa infecção cerebral em brasiliense”

No dia 04 de março de 2005, a estudante de jornalismo do IESB, Michele Dias Piloto, publicou uma matéria noticiando o primeiro caso de infecção no cérebro causada por um piercing na língua. O caso, divulgado no site do Jornal Laboratório Na Prática, teria sido registrado no DF no dia 25 de fevereiro, e seria o primeiro no Brasil.
O repórter de Cidades do Correio Braziliense, Renato Alves, foi designado pelo jornal para apurar a veracidade do “furo”. Após entrar em contato com a direção do hospital citado na matéria, descobriu não haver registro nenhum desse tipo de caso, e nem mesmo os médico citados pela estudante.
A própria Michele acabou admitindo ter inventado os nomes, alegando que soube do “acontecido” por uma tia, mas não checara as informações. No dia 16, o IESB tirou a matéria do ar e divulgou uma nota de esclarecimento no dia 20. Nesta, a direção do departamento explicava o ocorrido e informou que uma comissão disciplinar decidiria medidas a serem tomadas em relação à estudante.

13 de jan. de 2005

Mais Casos Relatados

Seqüestros por grupos árabes e a Mídia

Com a Guerra no Iraque e a luta estadunidense contra o terrorismo, surgiu a resistência árabe, que se expressou nos seqüestros de ocidentais. Dessa forma, os grupos seqüestradores enviaram fitas de vídeo mostrando os seqüestrados e revelando as razões desses atos. Ainda, o Jornal do Brasil (12/05/04) reproduziu fotos da execução do estadunidense Nick Berg – cujas imagens da morte estavam sendo divulgadas em uma página na internet.
Casos de fita de vídeo de seqüestros inclui o que envolveu um grupo em Bagdá que pediu o fim do cerco a Faluja, ameaçando o refém, cuja suposta identidade é Thomas Hamil. Outra fita entregue à rede de TV árabe Al-Jazira mostra o refém estadunidense que se identificou como Keith Matthew Maupin. Os seqüestradores pediram a troca do seqüestrado por alguns prisioneiros capturados pela força de ocupação.
A mídia deveria ser mais cuidadosa na exploração de imagens de terceiros. Sobretudo quando se encontram em situações que seus direitos e mesmo sua vida são ameaçados. Contudo, há que se destacar as possíveis conseqüências caso a televisão não atendesse o pedido dos seqüestradores.

Fotos falsas

Durante duas semanas, o tablóide “Daily Mirror” divulgou fotografias falsas que mostravam supostas torturas de prisioneiros iraquianos por militares britânicos.
Piers Morgan – diretor do tablóide – manteve, para seus subordinados, a versão da autenticidade das fotografias. No entanto, o Regime Real de Lancashire, cujos membros estariam envolvidos nas supostas torturas, comprovou que armas, uniformes e um caminhão da fotografia não estavam no Iraque naquele momento.
Morgan foi demitido do “Daily Mirror”.

Confissão em Coletiva da Imprensa

O caseiro Jossiel Conceição dos Santos foi levado de helicóptero – providenciado pela polícia do Rio de Janeiro – para coletiva de imprensa. Na coletiva, foi interrogado pelo secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho e confessou o crime de haver matado o casal estadunidense, Zera Todd e Michelle Staheli.
Desde então, Jossiel contou outras versões do crime. Garotinho afirmou que foi induzido ao erro, culpando os investigadores do caso.
Não é papel da imprensa participar da realização de interrogatórios. Além de ser irresponsável apresentar como concluído certo caso antes de seu julgamento, como o é apresentar determinada pessoa como culpada antes do mesmo processo. Por fim, é um ponto sensível, mas o depoimento de autoridade deveria ser tratado com visão crítica.

10 de jan. de 2005

casos relatados

-Hugo Chávez x meios de comunicação

Desde 2002, o governo de Hugo Chávez, na Venezuela, é dos mais conturbados, particularmente na sua relação com a imprensa privada do país. O presidente Venezuelano sofreu um golpe de Estado em abril de 2002, enfrentou uma crise generalizada no país até 2004, pelo menos, e nesse mesmo ano teve seu mandato submetido a consulta popular.
A relação de Chávez com os jornalistas venezuelanos nunca havia sido muito boa, principalmente porque a grande maioria destes é declaradamente contra o presidente. A partir do golpe de abril de 2002, no entanto, a situação só se agravou. A cobertura dos fatos, além de ser totalmente parcial, contra o governo, acabou levando a um estado de caos na capital, Caracas. Chávez chegou a ser deposto, mas a notícia foi de que tinha renunciado. As manifestações por sua volta foram simplesmente ignoradas pela imprensa. Mesmo após o seu retorno, a perseguição às empresas de comunicação continuaram, por iniciativa dos dois lados.
Nem as reclamações dos jornalistas, que clamavam por liberdade de imprensa, nem as críticas à sua parcialidade, feitas pelo governo, levaram a uma solução pacífica. Pelo contrário, só incitaram ainda mais a população à violência. Aparentemente, o problema foi resolvido, ou pelo menos deixado de molho, com o referendo popular que confirmou Hugo Chávez no poder.